terça-feira, dezembro 23, 2003

Disse-me a nuvem cinza...
Formas no horizonte se fazem na desfiguração de densas nuvens que anunciam um novo tempo. Abrem espaço à imaginação de um ser perdido entre tantas responsabilidades e informações pertinentes à um mundo regrado e preso à seus próprios atos. Um tempo muito pequeno que vai desmoronando e aumentando a brecha temporal que remete o jovem ao mundo cinza e distante, verde apagado entre trovões e sopros desordenados de ventos oriundos de deuses persistentes no olhar de seus pequenos. Um lugar onde os negros lobos correm nos pastos de ovelhas vingativas e rancorosas. Os lobos temerosos e afungentados por uma inversão da natureza. Um utópico paraíso onde os fracos são os fortes e os fortes, subjulgados à extinção e caçados até as profundezas do abismo enevoado que tenta delimitar esta aberração das leis naturais. Está tudo ali nas nuvens cinzas que me abraçam e contam suas histórias através de suas fomas, sempre tidas como livros abertos de histórias infinitas aos diferentes olhos, porém sua profundidade perde-se no tempo ao passo em que suas figuras afogam-se no dilúvio de palavras que se desmancham, saciam nossa sede e tira-nos o sonho com um gélido desaguar nas espinhas dorsais que gritam a realidade um tanto sufocada por este momento de delírio acordado.

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Desritmado
Tem dias e dias. Em alguns nos encontramos em estado eufórico. Nosso corpo trabalha com percepções esponâneas e sinapses aceleradas; em outros, os acontecimentos parecem vir todos em câmera lenta, quando pensamos em agir, antes mesmo dos impulsos tomarem conta de nossas articulações, outros agem por nós ou perdemos o fio da meada, como quando deixamos a taça de cristal escorregar por entre nossos dedos e vemos aquele objeto reluzente caindo e adivinhando todo o estardalhaço que precede a profecia. O mais engraçado é tentar ser rápido quando estamos lentos, ou lentos quando estamos rápido. Tentar impor um ritmo diferente às nossas vidas é sempre um passo à mudança.Não precisamos ver o mundo com os olhos de cada dia. Podemos ver com os olhos de ontem ou mesmo de amanhã e ainda assim continuamos a ver o hoje, porém por uma nova janela antes escondida e agora se faz aberta e iluminada. Quer uma ajuda? esute uma música e tente entrar no ritmo dela você mesmo, não importa seu estado interior. Aja e faça da sua ação externa um motivo interior para uma mudanç interna.

terça-feira, dezembro 02, 2003

Nabucodonosor
Não sei o que tenho com esse nome, mas ele me persegue desde pequeno. Sabe quando você pára pra pensar de onde é isso ou aquilo? NABUCODONOSOR é um nome que sempre vem à tona e nunca sei de onde é. Nunca tem alguém que saiba também por perto e nunca me dei ao luxo de procurar. Pois bem, hoje a pergunta se fez novamente em minha mente num momento ocioso e finalmente procurei um significado pra ele outro aquém da nave da ficção do Universo Matrix. Então aqui vai:

Ele conquistou várias nações, administrou um riquíssimo império, e construiu uma das mais belas cidades do mundo. Durante mais de 40 anos, como rei da Babilônia, Nabucodonosor conseguiu muito. Mas, um dia, ele foi humilhado por três judeus fiéis.
Nabucodonosor é conhecido pelos elaborados templos pagãos que ele construiu em Babi-lônia. Não é surpresa que um rei tão completo convidasse todos os funcionários do seu governo para testemunharem a dedicação da impres-sionante imagem de ouro que ele erigiu. Quando olhava com orgulho para a imagem de 27 metros de altura, ele ordenou que todos os presentes se curvassem para adorá-la.
Quando o rei ouviu dizer que três homens tinham desobedecido frontal-mente sua ordem, enfureceu-se. Ele lhes deu uma segunda oportunidade, mas eles ainda não se curvaram à imagem. Quando Nabucodonosor se enfureceu, eles calma-mente replicaram que, quer Deus os salvasse, quer não, eles não serviriam ao falso deus. O rei desafiou a sua fé: "E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?" (Daniel 3:15).
Deus revidou ao desafio de Nabucodonosor com uma demonstração inesquecível do poder Divino que humilhou o poderoso rei da Babilônia. Soldados atiraram os três judeus desobedientes numa fornalha que estava tão quente que esses soldados morreram quando se aproximaram do fogo. Mas, quando Nabuco-donosor olhou na fornalha, viu quatro homens: os três que tinha condenado e um enviado por Deus para proteger estes servos fiéis. Quando Sad-raque, Mesaque e Abede-Nego saíram da fornalha, Nabucodonosor percebeu que Deus tinha respondido ao seu desafio. Ele ordenou que o nome de Jeová fosse respeitado em seu reino, e percebeu que Deus tinha respondido a sua pergunta: ". . . porque não há outro Deus que possa livrar como este" (Daniel 3:29).
O pecado tenta apoderar-se de nossas vidas e nos desafia como Nabucodonosor desafiou os servos de Deus. Quem pode libertar-nos? Só há uma resposta certa (Atos 4:12).




segunda-feira, dezembro 01, 2003

Heróis da resistência
Milhares (senão milhões) de páginas de HQs de super-heróis depois, eu me pergunto: o que é ser herói? Com certeza não vou estar andando no meio da madrugada numa rua deserta de São Paulo e algum extra-terrestre azul me abordará entregando-me algum anel do poder verde ou também não sobreviverei se por um acaso for atingido por um raio no meio de um laboratório entre vários experimentos químicos. Se ficar cego com certeza não desenvolverei meus outros sentidos ao ponto deles evoluírem de maneira sobre-humana e por aí vai... Mas mesmo sem ser "abençoado ou amaldiçoado" por poderes da imaginação do homem, mesmo sem nada de extraordinário, como podemos nós sermos heróis nos dias de hoje? Existem diversos valores que contróem o caráter da humanidade e que se seguidos apenas um infinitésimo deles poderíamos todos tornarmos grandes personalidades. A VERDADE às vezes custa em ser verdadeira, o AMOR nunca passa de um pensamento passageiro, a JUSTIÇA é pregada apenas em discursos vagos e ineficazes, a HONRA dá lugar ao conjunto, à moral que muitas vezes desrespeita um valor individual, ser LEAL quando é mais fácil passar por cima das pessoas mesmo em pequenos atos só para conseguirmos certos prestígios,... São tantos significados que se perdem em função do lado cômodo da vida que deixamos de ser heróis por inexperiência de vida, por infantilidade mal-desenvolvida, por falta de pensamento. Por falta de entendimento. Entender os atos, medir consequências é crescer. Não se pode viver uma vida inteira de desculpas. Seja seu herói agindo com RESPEITO à vida tua e dos outros. Respeito.

quinta-feira, novembro 13, 2003

Turning grey again
Do azul ao cinza, o mundo torna-se monocromático com a sua recente presença numa inusitada visita. Entre a negritude em que você se esconde atrás da pálida face existem os olhos azuis que também se tornam cinzas segundo a natureza do corvo que em você reside. Escuto sua voz cahamando meu nome num ecoar entre os ventos uivantes e começo a correr, correr, correr até que eu paro. Eu sei que é tarde e estou sozinho. Coloco meu casaco preto, minhas botas pesadas indicando o pesar de meu caminho, minha corrente metálica tenta acender a escuridão em que me contenho mas apenas demonstra um reflexo apagado entre as gélidas gotas que caem desordenadas pelo forte vento das nuvens que tomam conta do horizonte e que faz do dia uma noite em prantos. A morte pode vir de várias maneiras e no céu acinzentado ela se mostra na lembrança de nossos sentimentos mortos que às vezes como mortos-vivos levantam-se da tumba esquecida. Assim eu paro em frente aos túmulos de nosso cemitério pedindo aos espíritos da escuridão que te leve e te acorrente ao teu destino. Naquele túmulo decadente eu peço a paz entregando em troca meu coraçao dilacerado por tua fatal sombra que impede o conhecer da luz, que me traz o cinza quando finalmente vejo o azul. Ainda quero conhecer o azul mas por enquanto fico com a lembrança apenas do azul dos olhos teus e nada mais.

terça-feira, novembro 11, 2003

Lembra deste?
(Part Two)
Atendendo à pedidos:
Lembro que o filme passava bastante no SBT, na antiga Sessão das Dez. Na primeira vez que eu vi, fiquei com medo. Me assustei de verdade, pois era pequeno. Devia ter no máximo 10 anos. Depois, com as incessantes reprises, comecei a achá-lo engraçado. De fato, com os avanços tecnológicos do cinema, o filme acabou se tornando totalmente "trash". E não deixa de ser um clássico na categoria.

O filme, de 1985, originalmente chama-se - The Stuff - e foi dirigido por Larry Cohen, autor de outros filmes de terror. Em resumo, o filme conta a história de um produto que se tornou imensamente popular nos Estados Unidos, mas que possui uma fórmula secreta. Misteriosamente, as pessoas que degustam a iguaria, depois de um tempo, se transformam em zumbis e morrem. Muito trash!

Desde o começo, o filme demonstra sinais de cinema tipo "B". A primeira cena mostra como a "coisa" foi descoberta. Ela surge de uma ruptura do chão. O líquido cor-de-rosa é estranho, brota do nada e chama a atenção de um homem que passa pelo local, dentro de uma fábrica antiga.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Lembra deste?
(Part One)
Nick Hauser (Mones) é o chefe de uma perigosa turma de delinqüentes juvenis que, junto de sua bela namorada, Frankie (Richards), começa a hostilizar Morgan Hiller (Spader), um jovem recém-chegado à cidade. Mas a garota acaba se apaixonando pelo forasteiro, o que vai acabar desencadeando um confronto mortal entre os dois rapazes. Confronto este que envolverá muitas outras pessoas e provocará muita violência.
(Tuff Turf) - EUA - 1985 - 113 min. - Ação/Drama
Direção: Fritz Kiersch
Com: James Spader, Kim Richards, Paul Mones, Robert Downey Jr. e outros
Bléim
Do inerte, vem o desejo. Do desejo, o pensamento. Do pensamento, a vontade. Da vontade, a idéia. Da idéia, a ação. Da ação, uma mão. De uma mão, as duas então pegam o violão. Os dedos percorrem as cordas. Descendo e subindo, tirando as notas, destoante canção. O pensar e o sentir formam a base e assim nasce a inspiração nas casas do braço de meu violão. As notas saem, expelidas entre as palavras rimadas de meu coração. Um dia, frias como a geleira e outro, quentes como o verão. Ao final tem-se uma construção. Uma música pra preencher espaços e iluminar a escuridão.

quarta-feira, novembro 05, 2003

From the very green herb falling deep into my gothic feelings
Once upon a time I met you in that square´s bar . It was wonderfull knowing you and I can´t forget it anymore. Now I know that you look to me from the stars in all the rainy nights riding your motorcycle, still feeling the water and the wind from that day, gaining speed just to reach another lonely heart as once was mine and yours. I can feel teh smoke of the green fairy filling the atmosphere around myself and your smile embracing myself again. My tears mix with drops of the cold rain just imagining how would be our lives together if we didn´t take our roads apart. I ... just loved you as i do now it again...please keep going through the stars cause one day I will ask for another galactic ride and maybe in heaven we end up our ways together.

In Memory of you, Rodrigo Rezende, gone to soon...

I've been looking so long at these pictures of you
That I almost believe that they're real
I've been living so long with my pictures of you
That I almost believe that the pictures are
All I can feel

Remembering
You standing quiet in the rain
As I ran to your heart to be near
And we kissed as the sky fell in
Holding you close
How I always held close in your fear
Remembering
You running soft through the night
You were bigger and brighter and wider than snow
And screamed at the make -believe
Screamed at the sky
And you finally found all your courage
To let it all go

Remembering
You fallen into my arms
Crying for the death of your heart
You were stone white
So delicate
Lost in the cold
You were always so lost in the dark
Remembering
You how you used to be
Slow drowned
You were angels
So much more than everything
Hold for the last time then slip away quietly
Open my eyes
But I never see anything

If only I'd thought of the right words
I could have held on to your heart
If only I'd thought of the right words
I wouldn't be breaking apart
All my pictures of you

Looking so long at these pictures of you
But I never hold on to your heart
Looking so long for the words to be true
But always just breaking apart
My pictures of you

There was nothing in the world
That I ever wanted more
Than to feel you deep in my heart
There was nothing in the world
That I ever wanted more
Than to never feel the breaking apart
All my pictures of you

terça-feira, novembro 04, 2003

Nos trilhos
Minha vida sempre foi trilhada pelas estradas de ferro paulistas. Era sagrado a visita diária à Estação Ferroviária de Osvaldo Cruz, minha cidade Natal onde convivi até meus 6 anos de idade. Meus pais tinham que me levar ao menos 2 vezes por dia pra ver o trem. Eu conhecia todos os maquinistas e chefes de estação. às vezes conseguia a incrível façanha de dar voltas nos trens cargueiros. Quando me mudei para Parapuã e fiquei até os 8 anos de idade, diariamente ia de bicicleta até a estação que ficava bem longe mas era um sacrifício merecido pois aquilo me dava muita alegria. Não conhecia nada melhor do que poder acompanhar o trem da estrada olhando da janela do carro de papai. Ir à estação e esperar o trem chegar... ficava olhando no horizonte até aparecer um pontinho vermelho. Era o trem lá longe! Que chegava sendo anunciado pelas suas constantes buzinas fortes que passavam de surdas a estonteantes. O trem chegava e ia parando até soltar muita fumaça de suas rodas. Os fiscais de passagens abaixavam as escadas as pessoas subiam e se sentavam nos bancos de couro azul. Depois passavam os fiscais picotando as passagens. Escutava o primeiro apito e o trem respondia com sua buzina. Alguns segundos depois vinha o segundo apito e o trem deixava a preguiça, apitava e começava a se locomover. Devagar ele ia indo e as pessoas correndo pra alcançar e subiam nas portas e ele ia embora deixando o cheiro caracte´rístico de ferro queimado nos ttrilhos por onde passava.... Ah trem... um dia estaremos novamente juntos. Minha vida terminará comigo conduzinhdo um trem pelos trilhos de minha vida...eu prometo.

sexta-feira, outubro 31, 2003

XALAU
estado de profunda embriaguês após intenso período de ingestão de quantidade considerável de álcool, acima do nível de absorção permitido pelo corpo humano. Desaceleração do campo visual e falhas das sinapses nervosas. Inchaço dos membros e d face, bem perceptível nas mãos, mudança do tom de voz, ruborização de todo revestimento epitelial, sensação de aumento de temperatura corpórea, transpiração anormal composta de sal, água e álcool de forma contante por todo o dia seguinte, hálito constante de álcool e aniz, gosto de cabo-de-guarda-chuvas, olhos avermelhados e lacrimejantes, vontade excessiva de consumo de H2O, bocejamentos esporádicos e visitas frequentes ao toallet.

quinta-feira, outubro 30, 2003

Descanso
Novas idéias andam assombrando minha cabeça nos últimos dias. De repente surge a oportunidade de arrumar um trampo mais perto de casa e no cartão postal preferido de Sampa, a Av Paulista. Não pensei duas vezes e quando me dei conta já estava aqui ( aliás, é daqui de cima do décimo andar que estou escrevendo com uma linda visão dos prédios sentido-centro, com o famoso edificil do Banespa ao fundo e mais láááá longe ao fundo, um montanha quase que apagada pelas nuvens e é claro, pela poluição). Isso há 4 semanas. Há menos de 2 semanas surgiu a oportunidade de eu ir pra Inglaterra passar 2 meses na casa de um tio, e aqui estou novamente me preparando para mais uma mudança que aliás tem influenciado meus planos e me fazendo pensar sinceramente em estender minha estadia por 1 ano ou mais, fazer um Further Education em Artes Dramáticas por lá em uma faculdade de Manchester, que é o que eu quero mesmo pro meu futuro. Daqui 2 semanas mudo de apartamento, então mais uma loucura em quebrar contratos, fazer novo contrato, fazer mudança, etc.... loucura, loucura, loucura. Mas é muito bom ter a vida assim bem agitada. Só que às vezes cansa e você precisa parar pra respirar e dar uma relaxada...
Mas não é que meu amigo Santo Fabrício me chama pra passar o final de semana na Barra do Una em São Sebastião, uma linda praia do Litoral Norte paulista e bem calma e sossegada?
O simpático povoado de Barra do Una, de aproximadamente mil habitantes, é uma exceção no litoral norte. Nada de hordas de adolescentes fazendo de tudo para arranjar companhia, nada de emergentes querendo aparecer, nada de surfistas monopolizando as ondas. O barato em Barra do Una é outro: descansar e curtir a família ou no meu caso, os amigos!
Pô, era tudo de que eu precisava!!! Que bom! Estou contente. Partimos amanhã de noite.
Valeu Fá e obrigado pelo convite irrecusável. te adoro!
Aqui uma pequena foto do que me espera...

terça-feira, outubro 28, 2003

Asas de água
Como a chuva que cai e traz a vida, refresca-me a alma saber que estás ao meu redor, quase nunca presente entre os raios de luz mas na nuvem que nasce de sol a sol e morre nas gotas que caem acordando-me para a tua realidade: saciar minha sede de ter alguém ao meu lado entre os surtos de esperança muitas vezes perdidos em profunda melancolia. Se o rasante de teu vôo encontra o meu braço elevado aos céus e se aceitas o meu ombro teu puleiro de descanso, vê-me como abrigo de teus ossos e de teu ser. Pouse em meu corpo e voe dentro de meu saber. Parta comigo pra outro lugar, um lugar nosso onde é bom estar. Trilhe um caminho novo e além de todos os outros, sejamos alguém.

segunda-feira, outubro 27, 2003

Nublado
Do calor ao frio, do seco ao úmido, do azul ao cinza. Anoitece um dia, amanhece um outro. Ontem as lembranças eram claras, as árvores sorriam em verdes hálitos e as águas do lago refletiam luzes multicoloridas trazendo harmonia aos seres que ali passavam. Hoje o tempo consumiu as nostálgicas cores da natureza, envelhecendo as vistas turvas de névoa e de garoa fina borrando um passado de luz com manchas de um intenso cinza. Posso ver o mórbido olhar das pessoas escondidas em pálidas feições que perambulam como zumbis pela cidade. Apenas o barulho dos passos e dos motores dos automóveis e nenhuma só palavra. A voz humana ecoa ao longe, escondida no luar que corre pro lado oposto do mundo, gritando o desespero de serem ouvidas em sonhos, súplicas pela luz em pesadelos mergulhados em trevas. Aqui apenas o corvo grita e sobrevoa o céu dos arranha-céus. Seus gemidos vindo do alto onde pitam o céu cinzento com pequenas estrelas negras que movimentam-se segundo a desordenação da humanidade.

sexta-feira, outubro 24, 2003

Runaway Train
O trem passou e eu entrei. Era de noite e a estação estava cheia. Muita gente pra embarcar e um certo ar de confusão ordenada. Mamãe estava próxima mas acabou entrando em um vagão em meio ao tumulto e num piscar de olhos o trem partira. Por um segundo não sabia o que estava acontecendo. Vi-me sozinho, sem rumo, no meio de uma noite cheia de gente estranha. Transeuntes que davam medo, crianças estranhas que brincavam e deixavam-me de fora de suas brincadeiras. Peguei o próximo trem. Não sabia seu destino mas acreditava que em alguma próxima estação encontraria mamãe novamente, algum dia de alguma forma. Estava nú e jogado ao mundo, momentaneamente protegia-me com meus próprios braços que abraçavam-me e faziam uma morada à minha cabeça, esta sim, morada de inúmeras idéia que assolavam-me e iam me praparando para a vida que encontraria dali pra frente. Tudo começara ali, naquele vagão de trem.
Um almoço diferente
Hoje espero ter começado um ciclo de almoços bem diferente do convencional. Teve aniversário de um colega nosso aqui da empresa em um restaurante de massas aqui perto da Paulista e todos foram convidados. O problema é que toda semana tem almoço de alguém e a conta nunca sai barata e você sempre acaba pagando pros outros mais do que você consumiu. Mas nem foi por esse motivo que não fui. Uma porque não tava afim de comer massa e outra que não tava afim de eventos de confraternização. Hoje é sexta-feira, minha auto-estima está bem alta e não tô afim desse tipo de encontro. Foi então que resolvemos eu e meu amigo Spanish, ir comer numa padoca da Frei caneca. Daí por diante foi só risada. Comemos pra caray, bebemos um monte de cerveja até xapá. Meu tinha até pinga INTERNET no bar, uma amarelinha figurassa. Saímos de lá e fomos no MASP tomar sol. tiramos a camisa e ficamos coçando e cantando "Relax! Don´t do it!..." entre outros HITs. Chegando no ABN, não estávamos com saco de esperar na fila do elevador e resolvemos subir os 10 andares de escada correndo....Preciso nem falar que tô sem minhas pernas agora né, e vermelho de sol pra compensar. Mas foi muito louco. Quero que meus almoços de semana sejam sempre tão bons quanto este, que recebeu, pelo menos pra mim, um merecido POST. Spanish, da próxima vez vou comprar o prato colorido do Homi-Aranha!

quarta-feira, outubro 22, 2003

Caça
Homem do mato que pega no pato pra dá de comê e assim vivê
Carrega nas costas o seu par de botas pra melhor corrê e niguém te vê
entrando na mata na mão sua faca pro bicho caçá e o vento soprá
na selva domina ninguem imagina se vê na TV um gato crescê
e onça virá pata aqui pata lá e fere na veia e ferve no sangue
e viira banquete depois do cacete pra ele almoçá e depois jantá.

terça-feira, outubro 21, 2003

Um telefonema
O telefone toca quando meus olhos encontram-se semicerrados na escuridão de meu quarto. As luzes das estrelas adesivas já se apagavam do teto e minha respiração já ressonava em harmonia confundindo-se com meus próprios batimentos cardíacos que aos poucos desaceleravam o frenético ritmo da vida paulistana. Quando minha mente escurecia ante às esperanças que se aterravam no esquecimento, aquele toque fugia das minhas fantasias para a realidade e num despertar qualquer, impaciente e cheio de ansiedade, minhas atividades vitais voltaram a mil reascendendo o dom da vida, impulsionando as engrenagens à todo vapor me fazendo passar de um estado inerte à um estado adrenalínico(?). Sim... era quem eu esperava... o responsável por meu último post, a pessoa que que transformou minha melancolia patológica em pedagógica. Mais uma vez aprendendo com meus próprios fluidos de pensamento, o descobrir de um sentimento inexistente até então. A doçura de tua voz, massageia meu espírito rude e empoeirado, arrepia meu ser etéreo sentindo o calor tomar conta de minha pele e de meus lábios. Que bom que você me ligou ante todas as dificuldades para com tal ato, que não menos bravura seria como os grandes nomes de nossa história. Na nossa perspectiva, você desbravou seus medos e destronou as maleitas da injustiça dando lugar ao teu eterno carinho e ao alegre sorriso que espreitava da sua face do outro lado da linha. Beijos meu bem-querer.

segunda-feira, outubro 20, 2003

Os Verdes Campos de Teus Olhos
A Natureza preenche seu olhar
trazendo as safiras do despertar
de sentimentos jaz há muito apagados
Renascem os sonhos de um amor eterno
Florescendo no sorriso de teu ser
Tua alma ecoa estremecendo a minha
Levantando os ares de um novo tempo
Se quiseres ao meu lado estar
À tua espera prometo ficar
só te olhando, esperando o teu olhar
dos verdes campos que trazem a mim
o verde sinal para que possa atravessar
pro outro lado qual não senão o teu
É a presença, teu simples estar
que me faz ao longe viajar
em busca de um entendimento
Pro que agora sinto ao vento
Que sopra todo meu dissernimento
Se posso ou não pedir
um toque de dedos, de aura e lamento
por não te descobrir antes em minha história
por diperdiçar tão preciosos momentos.

quarta-feira, outubro 08, 2003

Post Mortem
Ratos caminham pelas entranhas de teu corpo perdendo-se nas cavidades escondidas entre o câncer de tuas dores. A luz de teu corpo repousa agora na mórbida escuridão abraçada pelas sombras fétidas, repuslsas da podridão, lembraças perdidas em putrefação. Teu sexo não é mais virgem pois abriga e dá vida, morada de roedores em decomposição. O resto de teu calor seca junto à última gota de sangue que se coagula nas cavernas de teu interior onde um dia habitava tua alma inquieta e silenciosa. Não quero te encontrar além daqui, a morte agora é tua amiga. Contenho-me com o resto da tua vida e faço dos ratos meus companheiros de solidão sentindo rasgarem tua carne em pedaços de desejos perdidos em refeição.
A Madrugada

Tantas vezes em que ela me fez pensar
Na movimentada vida reluzente
Tantas vezes em que ela me fez agir
Seguindo meus instintos ardentes

A última dela vivida ao extremo
Me fez passar tantas outras em claro
Só pensando, lembrando e juntando
Fatos que em muito me animaram

Assim como foi rápido o meu conhecer
De tua existência em minha única história
Tão rápido o fogo me consumiu por inteiro
Trazendo-te por todo momento em minha memória

Quando uma estrela nasce virada pra outra,
Durante sua quase eterna vida ao brilhar
No espaço inseguro, infitito e escuro,
Trocam sua luz para sempre se olhar

Assim eu te vejo acima de tudo e de todos
Sua luz me iluminando, me fazendo flutuar
Assim pretendo ser, seu caminho, seu luar
Mostrando a esperança de meu amor a conquistar

sábado, outubro 04, 2003

Prostituta
Esta semana serviu pra me derrubar interiormente. Às vezes cai a ficha e começo a perceber pontos de vista que melhor seriam continuar invisíveis à minha percepção. Eu comecei um novo trabalho há nem uma semana atrás, bem melhor remunerado que o anterior, motivo o qual pensei que fosse me aliviar de monte o fato de eu não curtir nenhum pouco a carreira que escolhi. Maldita seja a hora que resolvi marcar com um X a ficha de inscrição da Fuvest em Computação. Deus, eu já quis História, Artes Cênicas, Arquitetura, Arqueologia e até Biologia... onde eu estava com a cabeça quando marquei essa opção? Ah sim... um professor do Anglo veio com uma história de "Não seja louco de fazer História!" - ele era professor de história, revoltado pelo jeito... - " Não é porque você gosta de pão que vai ser padeiro! Quer passar fome? Você tem que ganhar dinheiro!" Cruel... única palavra que tenho a dizer... cruel. O pensamento capitalista é muito cruel. Poxa, por quê nós nos vendemos por tão pouco? A ilusão que se fizermos tal carreira seremos ricos ou estáveis. Como se escolhendo computação fosse me trazer todas as riquezas do mundo. Grande nada. Trouxe sim, muita dor-de-cabeça, pra mim e pros meus familiares. Resultado: estou preso. Preso na escolha de ser uma prostituta! me vendendo todos os dias pra um salário no fim do mês, tendo que atuar pessoas insuportáveis de atitudes que não condizem com minha realidade. Não consigo ser falso ou expressar prazer em um papo que não curto. Me tornei um frustrado. Penso em milhões de saídas mas sempre me vejo no mesmo caminho....na rotina. Levanto às 7, trabalho das 9 às 18, me vendendo hora a hora e esperando....um dia sair da prisão de ver a vida passar e saber que a felicidade mora lá fora. Não quero mais a vida enquadrada. Sou um artista, sinto em meu sangue.... o que fazer para descobrir caminhos promissores que me levem à uma vida paralela onde eu sinta prazer em trabalhar como eu sempre quis? Atuando, dirijindo filmes e peças de teatro, no palco, em frente às câmeras... Pra quem será que devo demonstrar minhas qualidades pra ser aceito num mundo utópico por enquanto? Meu mundo é outro e a cada dia que passa me sinto mais isolado em minhas idéias absurdas para muitos mas não para mim, um ser de outro planeta para o meio social em que convivo. Nada me difere da prostituta de uma esquina da Augusta. Algumas ainda saem na vantagem pois se dão ao luxo de ter prazer naquilo que faz. Só quero sentir um pouco de tesão pelo mundo e não só por mim mesmo. Reconhecimento, mudança de escopo, voltar a sonhar. Só isso. Estão roubando meus sonhos e os transformando em pesadelos...

sexta-feira, setembro 26, 2003

O Dixco Voador
Ainda não foi dessa vez. Será que um dia ainda vou ter um Contato Imediato do terceiro Grau com aquele museu? Pra mim ele não só parece quanto continua sendo um misterioso disco-voador. Segunda vez no ano que venho a Niterói e não consigo entrar no maldito Museu, mas tudo bem, ainda vou achar uma explicação pra toda essa proibição. Pelo menos eu conheci o Gabriel, amigo de Felipe. Ele é muito gente-boa, como dizem por aqui, maneiríssimo hehehe. Foi praticamente um guia na praia de Icaraí. Fiquei desvendando as formas da Pedra do Índio. Juro que não achei muito índio não, eu vi na verdade vários ursos hehehe. O Bonito de Icaraí é a vista para o Rio. Conseguimos ver toda Baía de Guanabara, o Cristo, o Pão de Açúcar etc. Fora a praia, conheci uns restaurantes bem maneiros e o povo daqui demonstro ser muito prestativo e educado. Vi muita gente que estava com saudades como o Léo, o Rodrigo, a Bia, a Bela, a Luana Loira, a Luana Morena. Só faltou o Marquinhos mesmo. Minha estadia tem sido ótima, é sempre muito bom estar perto de Aninha e Vazinha, como eu amo elas! Pércebe-se né. Pintou férias e já vim correndo para cá. Hoje, sem muitos pensamentos, apenas algumas impressões e agradecimentos às pessoas que eu tanto gosto e dessa cidade que quase já foi meu lar num passado não tão distante assim. Dá-lhe Niticity!!!!!

quinta-feira, setembro 18, 2003

Um nome

As dúvidas aparecem sempre
Quando você se define no dicionário
Quando você procura um significado
A essência de sua mente

Se não acha você se perde
E se acha não é coerente
Com tua vontade recente
De acordar sentimentos inertes

Minha vida, um rodapé que procuro
Quão longe das palavras estou
Se apenas tua imagem restou
ficando todo o resto no escuro

Rodei por todo o glossário
Juntando palavras sem rumo
Pra ver se eu compreendia
Teu nome que me confundia

No grande emaranhado de letras
Fui achar o que procurava
Mais perto de mim ele estava
nesse interminável quebra-cabeças

Teu nome assim misturava
Entre tantos outros perdidos
Mas somente um eu chamava
Era "Amor" que ali estava escrito

terça-feira, setembro 16, 2003

Impressões 01
Tudo começou com o bilhetinho na lavanderia semana passada. Dizia: Curso de Teatro. Pra quem não sabe, eu tranquei meu curso na Escola Macunaíma essa semestre por alguns motivos que não vale a pena enumerá-los aqui, mas com a intenção de retomar os estudos da ribalta no início do próximo outono. Enquanto isso estou usando todas minhas energias pra que meu projeto "Sonhos de Uma Metrópole" flua como o esperado e se torne realidade em janeiro próximo. Fazer um curta-metragem não é nada fácil hehehe mas é demasiadamente compensador.
Bom, voltando ao bilhetinho, não pude deixar de ser curioso e ligar para o local. Foi quando percebi que não consigo ficar mais de dois meses longe de uma roda de teatro, sem sentir a união entre pessoas diferentes que tornam-se uma grande família e todo aquele espírito de ritual que o teatro nos proporciona. Pois bem, marquei minha primeira aula nesta nova escola e lá estava eu, 45 minutos antes na dita escola me trocando para o encontro da nova experiência. Aos poucos as pessoas começaram a chegar e notei que eu não era o único novo ali. Junto a m im estava uma senhora de 79 anos e um garoto de 14, entre outros, começando a experimentar a dramaticidade pela primeira vez em suas vidas. Deveras emocionante, a cena dos opostos de uma vida se encontrando com um mesmo objetivo. Isso sim é humanidade. Culturas que não se chocam, apenas pessoas que se gostam ou que aprendem a gostar de si mesmos. Depois de um longo e demorado exercício que mexia com nosso corpo, engajados pela imaginação impulsionada pela música calma e relaxada com requintes orientais mais ou menos como descrevi em uns posts atrás sobre nos entregarmos à música, fizemosumas improvisações. A primeira delas baseou-se no "encontro de estrangeiros". Trata-se de colocar uma cadeira e uma dupla tentar convencer um ao outro com uma língua imaginária, onde valem-se as intenções apenas e os gestos do corpo, para deixar sentar-se na cadeira. Foi muito divertido e consegui deixar minha par, a Ster, bem à vontade. Ela que era a mais tímida de todas as pessoas e que aliás, me acompanhou durante todos os exercícios restantes. Fizemos a brincadeira do espelho onde tentamos imitar os movimentos e caretas do outro e terminamos por improvisarmos uma cena que simulava um encontro entre duas pessoas, um conflito e uma seguida separação. Fiz um marido que chega em casa doo trabalho e com um presente para a mulher e acaba pegando-a falando no telefone com um outro homem. Discutimos e por fim eu a deixo e vou-me embora. Teve muitas cenas engraçadas. Do cara que fingia de morto e depois levantava, do velho trapalhão que tentava roubar um câmera com a ajuda de um ladrão e só fazia besteira, do menino que ia pra guerra e mostrava a carta ao pai, da mulher perdeu o anel e num encontro na rua achou sua amiga usando-o e por aí vai. Fizemos primeiro a cena sem o texto e depois com um texto. Foi ótimo e me senti muito bem. Me recordo de quando eu estava no Básico no Macunaíma. Pena que não é nada profissional, mas fincionaou como uma terapia. Meu problema é que sou muito crítico e inflamado pelo sistema de Stanislavski, então ficava colocando defeitos em todo mundo. Eu era como eles, mas sinto-me já um passo à frente. Não sei se continuo ou se espero semstre que vem para voltar pra minha queria escola. De uma coisa eu sei: conheci pessoas muito interessantes e tive uma noite e tanto. Voltei pra casa cantando solitário e feliz nas avenidas gélidas de São Paulo e dormi sorrindo e relaxado como não conseguia há muito tempo. Quem puder fazer aulas de teatro só para se divertir, façam! Vocês verão que será uma experiência inesquecível, no mínimo te dará uma visão diferente do mundo e o fará dividir experiências com os mais diversos tipos de gente. Abraços a todos.

sábado, setembro 13, 2003

Noites de Morfeu

Pode o dia com toda sua luz mudar
E a noite entre seus reflexos continuar
a mostrar a quietude reservada de nós mesmos
Resguardados no desejo da luz de novo ver
Ou da Escura névoa tiramos nosso viver?

A mente instiga ao cessar dos olhos meus
Quando passo a ver teus mudos passos
Ou de outrem abafados em meu lençol
Escutando junto ao frio de meu solitário suor
Nossos passos encerrados sob aquele Por-do-Sol

Ah Morfeu por que não me carregas
Para um mundo ao qual sentisse a liberdade
De longe estar de certos braços de amor
Que agora só me abraça e me traz a dor?

Talvez de teu mundo não quisesse mais voltar
Talvez nos sonhos fizesse meu real sonhar
A vida que não posso ter ao escutar
Teus mudos passos que teimam em passar

A febre que toma meu corpo inteiro
Nas noites em que teu nome chamo
E somente o vento me responde forte
Gélido sopro que me traz a morte
Acendendo a chama de minha estranha sorte

São tiros na violenta madrugada
Gatos miando debaixo da escada
Gotas de uma torneira mal fechada
E mudos passos que teimam em passar

São minutos que se parecem horas
E estas uma nova vida a suplicar
a Morfeu dos novos passos que eu quero dar
De um novo mundo que teima em não chegar.

quinta-feira, setembro 11, 2003

Construindo
Guarde as suas recordações com muito carinho. A história nos traz experiências incalculáveis e inesquecíveis. Mas não tente espelhar seu futuro no que já foi. O passado serve pra nos ensinar, uma aula e nada mais que isso. O que nos espera deve ser no mínimo planejado. Consigo me ver claramente fazendo coisas que hoje são impossíveis mas tenho certeza que um dia se concretizarão, porque nunca irei desistir de meus propósitos de minha vida que acaba por se resumir nestes pequenos e grandes objetivos que um dia esculpirão em mim a figura que sempre sonhei ser: um grande ator. Tenho tesão por isso e nada mais me chama tanto atenção quanto representar. Sinta você também essa vontade de se ver em uma certa posição e lute por ela. Se alguém consegue, você também pode.

quarta-feira, setembro 10, 2003

A Liberdade ao alcance de todos
Quando alguém disser alguma coisa e você não concordar com nenhuma palavra sequer proferida, não se sinta contrariado, muito menos como o rei da verdade. Somos por natureza miscigenados graças aos nossos cromossomos e ao paciente tempo que nos transforma e nos adapta. As vezes é difícil compreender que existe mais de uma verdade, que a lógica reside na matemática e nas teorias, talvez até numa fórmula de criação do Universo, mas por mais exata que seja a conta de se calcular uma probabilidade, ela continua sendo uma probabilidade e nós, seus dependentes e vivemos num mundo de morais e princípios não necessariamente verdadeiros, mas suficientes pra nos sentirmos confortáveis com e contra nós mesmos. O que quero dizer é que todos por mais que sigamos um caminho de destinos comuns ou não, os meios pra se caminhar tende ao infinito. Uns corrrem, outros andam, outros ainda nadam e por que não voam em direção ao final do arco-íris. É tudo questão de preferência e de liberdade. Ninguém está certo ou errado, somos livres para interpretar o mundo da forma que quisermos e o primeiro passo para a Liberdade é sabermos respeitar as liberdades dos outros, o que inclui opiniões adversas e conflituosas. Busquemos o comum, o instintivo, as emoções básicas como amor, ódio, tristeza e alegria, pois isto nos faz mais humano que qualquer aperto de mão ou pano branco elevado às alturas. Na origem da vida, na Natureza à nossa volta podemos obter as respostas mais simples para as questões mais complexas. Só não enxerga quem não quer.

sexta-feira, agosto 29, 2003

Terapia em Dó Maior
Será realmente a música uma língua universal? Melhor que qualquer droga ou estimulante, a música nos eleva a um plano trascedental. Ela nos dá ritmo, nos faz mexer e sem perceber estamos batucando com o pé oou os dedos ou fazendo barulhos esquisitos que só percebemos quando as pessoas que estão a sua volta começam reparar. Acham que eu ligo? Nenhum pouco. Se alguém liga para o que os outros acham de você ou de sua conduta, problema exclusivamente deles. Dite você mesmo o ritmo de sua vida. É só seguir a melodia, não é tão difícil assim. Vez ou outra, se tranque em seu quarto, apague as luzes, ligue um som alto o bastante pra você não escutar nada além do recinto em que você se encontra. Feche os seus olhos e deixe o ritmo tomar conta de você. Para a imaginação correr solta, escute músicas sem letras ou cantada em alguma língua que você não entenda. Tente captar apenas a essência da melodia e deixe fluir por todo seu corpo. Não se prenda! deixe o seu corpo responder por você, não pense nele. Guarde todo o seu pensamento para ir a um lugar só teu, onde você encontra o quê e quem bem entender.
Muitas pessoas já me disseram que eu sou alguém musical. A música sempre foi e sempre será minha melhor terapia em tudo na minha vida, comparável apenas talvez à uma atuação enquanto encarno algum personagem. Mesmo assim acabo utilizando métodos musicais para vivenciar melhor meus personagens e suas respectivas falas. A música enche nosso espírito, nos torna invencíveis e cheios de vontade para por em prática novas idéias e anseios. Assim escrevo esse post ao som de Flaming Lips ("Nobody Told me"), Morphine ("Cure for Pain") e muitas outras coisas legais. Já estou agilizando um novo Top10. E ah!...Obrigado pelas visitas pessoal e pelos recadinhos!
Bjos e abraços,
César Champ.

quinta-feira, agosto 28, 2003

Nas pedras eu te espero
Vez ou outra, acontecem situações em nossas vidas onde nos perguntamos qual o ponto em que erramos ou em que deixamos passar algo que não podemos preceber, algo que afeta as pessoas por quem você mais preza e isso me deixa muito, mas muito chateado mesmo. Qual o propósito de se construir uma amizade durante anos e esse se tornar um relacionamento ao ponto de você ver a pessoa todos os dias, se falar todos os dias, jantar juntos, conhecer um a família do outro, viajar juntos, se divertir juntos e muitas coisas além feitas em comum. Machuca muito se sentir culpado por algo que não ocorreu. Estou me sentindo assim nestes últimos dias e me pergunto constatemente desde então se realmente existe algum tipo de confiança em nossa relação. Sou obrigado a responder questões que jamais terei respostas. Será que sou eu o problema ou será que pelo fato de eu ser tão próximo acabo sendo alvo de injustas acusações? Apontar o dedo para quem sempre te apóia parece ser mais fácil do que para os detentores das soluções de certos problemas. Será esse um fardo de se ter uma amizade intensa? É estranho mas é como se visse essa amizade num reflexo de um lago e uma pedra quicasse na superfície da água e teu reflexo se distorcesse. Não é um reflexo perfeito, mas é você. Uma parte imperfeita de mim, mas algo que tenta se aproximar de minha imagem e conteúdo. Talvez eu seja uma imagem estragada de um reflexo perfeito e deve ser mesmo assim pois costumo fazer desses seres meus exemplos de vida, meu ideal de viver ou meu foco de visão do mundo, uma perspectiva em que me amparo e sinto as formas das paredes e do chão apenas observando. Talvez falte alguma ação por parte de mim, algumas palavras que deveriam ser proferidas de minha boca, mas sou muito mais um sonhador protagonista que um protagonista sonhador. Meu mundo é perfeito. Melancólico e perfeito. Aqui eu posso sentar, chorar, lembrar. O vento é mais fresco, as idéias espumam em minhas veias, meu olhar chega além do horizonte. Aqui não tem prédios, carros nem aviões. Tem mato, flores, pedras e um mar sem fim. E tem eu... apenas eu. A quietude da solidão eterna que me aquece, a brisa que me eleva sobre as tristes árvores que me esperam contar uma história. Aqui não tenho sede nem fome. Nem desejos. Que eu fique longe dos desejos! Estes, a perdição do homem. Não ligo de estar sozinho, também não tenho pressa. Apenas espero as desculpas de alguém que feriu meu coração e pediu que esperasse tal feito em meu mundo melancólico, mas perfeito, onde eu possoo sentar, chorar e lembrar....

terça-feira, agosto 19, 2003

Top 10

1) Boys Don´t Cry - The Cure
2) Lonely Girls - SUEDE
3) Perfect Day - Roxxete
4) Manic Monday - Cindy Lauper
5) Genius of Love (long Version) - Tom Tom Club
6) The Boy With The Thorn In His Side - The smiths
7) Deceptacon - Le Tigre
8) Mother and Father - Madonna
9) Oh What a Feeling - Irene Cara
10) Believe in Myself - Tails



segunda-feira, agosto 18, 2003

Caminhos
Muita gente passa por nossa vida. Algumas marcam sua passagem de tal forma que transformam nosso caminho, criam atalhos ou nos fazem perder o rumo. E pra voltar ao normal, meu amigo ( ou amiga).. que trabalho que dá! Por mais que a gente queira que os outros caminhem junto conosco, geralmente não acontece como pretendemos, justamente porque trata-se de duas vidas, dois caminhos, dois sentidos que se cruzam em dado momento. Áh se fossemos águias que tudo vêem, que voam livremente pelas correntes de ar de um mundo superior ao nosso... Sábio é aquele que enxerga além do chão em que pisa. Aquele que consegue ver terra fofa onde há apenas pedras e espinhos, água em abundância na aridez do sertão, ar puro em meio à poluição da cidade grande, o verde entre as cinzas, o amor no ódio, as chances nas desgraças, o homem no animal. É tudo questão de perspectiva e vontade de viver. Se os caminhos se separam hoje, amanhã eles poderão se cruzar novamente, uma, duas, infinitas vezes pois se realmente o acaso estende os braços então abra os seus e o abrace forte para que o ontem vire o amanhã e o hoje seja apenas o teu caminho, coberto de pegadas, esperando ser preenchido pela determinação de teu ser em transpor o imaginário à pura realidade

sexta-feira, agosto 15, 2003

Perdão
Passei a prestar mais atenção nos fatos de minha vida.
Se você para pra pensar, tudo é muito igual. Você acorda, se arruma, vai trabalhar, se cansa, vai almoçar, trabalha mais um montão e volta super cansado pra casa imaginando uma vida diferente, melhor, sem as preocupações atuais e tal e por fim você adormece, muitas vezes frustrado pois tudo parece não ter uma solução satisfatória.
Se você olha a coisa no geral é assim. Frustrante. Porém o segredo não está aí, mas sim nas entranhas da vida, em momentos que presenciamos sem muitas vezes prestar atenção. Um garoto que encosta o carro do lado do seu e pede uma informação com cara de perdão. Dois amigos sentados na proteção da rodovia. O que será que eles estão pensando, falando um para o outro? Aquela menina que vem todo dia lavar o vidro do carro. Sempre expressando uma certa felicidade, um sorriso que Deus do céu, não sei de onde ela consegue desenterrar. E é tão natural, tão espontâneo. Por que eu, uma pessoa que tenho tantas coisas, que conquistei tantas coisas, sou tão difícil de extrair um sorriso sincero? Se pra sorrir muitas vezes ordeno meus músculos faciais se movimentarem. Por que essa exteriorização de sentimentos? No answer. Mas não podemos deixar passar essas imagens em nós sem que extraiamos alguma impressão dela. Somos muito visuias e temos que tirar proveito desse nosso sentido que pode jogar a nosso favor pra começarmos uma compreensão de nós mesmos. Um gato que mia e pede comida na calçada impedindo minha passagem. Por que aquele ser passa fome? Mais um olhar com cara de perdão. Mais um... Mas são detalhes, momentos que devíamos entender. Hoje, um senhor de idade no ônibus deu uma gorjeta para o cobrador e para o motorista. Quando ele parou no ponto dele eu o fiquei observando. Ele parou e ficou olhando pra ver se tinha uma recíproca do cobrador. Este, só contava o dinheiro e o velhinho ficou sorrindo, parado olhando, olhando e nada de um agradecimento, nem um olhar do cobrador. Aí fiquei observando aquela figura parada, inerte diminuindo, ficando distante até que outros carros, árvores, postes, fios, fumaças e cimento fez com que ele se perdesse no meio dos milhões de pessoas de São Paulo. Qual a história daquele velho? Por quê aquela cara de perdão de novo? No mesmo dia.. o que há de comum no garoto do carro, no gato da calçada e no velho do ponto de ônibus? Que expressão é essa? Tenho med da vida às vezes, como tenho. Quem não tem é porque não vive, não absorve os preciosos momentos que a vida nos mostra todo dia e nos ensina tantas coisas...

quinta-feira, agosto 14, 2003

teste
Improdutividade Evolutiva
Há algum tempo estou paralisado em meu trabalho. Foram dias de estudo e conhecimento do objeto de escopo em que estou atualmente envolvido. Porém dias pra cá cheguei em um ponto onde nada parece solucionar os meus problemas. Já tentei de tudo: pensei em soluções improváveis, pensei no básico e no difícil, no ônibus na vinda e no carro na volta pra casa; até na cama já pensei e nada. O pior é que as pessoas que estão envolvidas comigo dão a mínima. Ou eu sou insignificante ao ponto de não tomarem conhecimento ou são idiotas que por orgulho não se rebaixam a um inferior seu e não admitem que também não fazem idéia da solução a tomar. O pior não é ver o tempo passar, os prazos apertarem e prever que a pressão será grande e massante daqui um tempo não tão distnte assim, o pior não é isso por que eu estou cagando e andando pro meu trabalho; o maior problema que eu acho e sinto é ver a improdutividade escorregadia tomar conta de minha vida. Quando você se envolve com algum projeto, você se torna ágil, versátil ao ponto de abraçar várias causas de uma única vez e tem o poder de defendê-las de igual para igual. As idéias fluem, a imaginção ultrapassa limites e viaja através de inúmeras dimensões palpáveis ou não. Porém, quando estagnamos em algo, uma angústia incontrolável se torna presente, passamos a enxergar o lado escuro da Lua, as faces depressivas da vida se tornam mais visíveis e marcantes. Hoje mesmo. Eram 9 horas da manhã quando meu superior disse que tentaria solucionar meus problemas às 2 da tarde apenas. E até lá? Penso eu que poderia andar com outras frentes de projeto, como por exemplo o roteiro de meu Curta-Metragem. Caneta e papel na mão. Pensa. Pensa. Pensa. Caneta e papel na mesa. Pensa. Pensa. Pensa. Café. E as idéias? Pra onde vão as idéias de alguém que esqueceu como esquecer que a vida não depende do certo mas sim das incertezas que nos trazem idéias, que nos abrem caminhos, que nos dão opção de mudar. O certo é lógico. É o sim ou o não; o verddeiro ou o falso. Só existe um caminho, porque não há dúvidas, não há incertezas, apenas o certo. Um caminho escrito do começo ao fim. Não...não nasci com a certeza de nada pois a certeza nos prende, nos tranca e nos torna peças de um jogo, e um jogo tem regras e as regras não mudam. Eu mudo. Tenho medo. Mas EU MUDO. Portanto estou num ponto em que preciso mudar pois caí na armadilha do jogo; um jogo que acabou e que está prestes a começar novamente e nesse meio-tempo a improdutividade tediosa, evolutiva e desesperadora. Tenho escolha ou simplesmente espero o jogo começar novamente? As regras, eu sei...
A essência da vida
Escrever me deixa bem. É como se fosse uma fuga da realidade dos outros para a minha própria realidade.
Queria poder viver na essência da vida, nos pontos onde a vida nos dá prazer, onde nos faz sentirmos vivos e operantes, onde parecemos ter o controle da situação. Aqueles momentos em que você liga o som do seu quarto deita em sua cama ou mesmo no chão, no carpete ou tapete ou piso frio mesmo no verão, e de repente aquela pessoa que você curte está lá com você, ou aquele lugar que você é afim aparece na frente de seus olhos. O cheiro, o sabor, o vento bate em sua face, os sons, a música. Olha aí ela de novo­! A mesma música você também pode dançar, loucamente a passos frenéticos, escorregando no piso molhado pelo seu suor ou lentamente, simulando movimentos suaves e flexí­veis. de olhos fechados então você tem um contato maior ainda com seu subconsciente, com tudo aquilo que já vinha imaginando deitado, mas agora você sonha acordado.. e em movimento!
Qual é a essência da sua vida? Chegar em casa e plugar uma guitarra no amplificador e tirar sons ácidos e espalhados pela vizinhança? Berrar ao microfone, cantar pra você mesmo, beijar, transar com sua outra metade ou apenas com um caso que você conheceu naquela mesma noite? Ser correspondido em um relacionamento, fazer seus amigos felizes, fazer convites a eles pra algum evento seu, escrever um livro, fazer uma poesia, uma música, provar um teorema, terminar um jogo, ganhar na megasenna, representar uma peça de teatro em cima de um palco com a casa lotada, dançar muito numa danceteria que você curte, beber até cair com os amigos, fumar um back, tomar um docinho, dançar como o Michael Jackson, ser sensual como a Madonna ou ser gótico, andrógeno, surfar, pescar em alto-mar, ver seu filho crescer à sua imagem....curtir a vida.. Qual é a essência de sua vida? Pode ser tudo isso e muito mais, mas pra mim basta escrever meus pensamentos... Isso ninguém nunca irá me tirar: a liberdade do pensamento. Pensar já basta pra me tornar uma pessoa mais feliz. São os nossos pensamentos que nos guia, que nos constrói e nos manipula, portanto aprenda a pensar no que te faz bem, só assim você conseguirá dar um passo a mais em direção à sua própria felicidade.
Foda-se!
Gostaria de começar esse Blog falando um pouco de como nos sentimos divididos em vários momentos por que passamos.
É incrível como a vida nos dá escolhas né. E as vezes olhamos pra elas e nos desesperamos, como se a dúvida fosse a pior coisa do mundo. Como se todos nascessem de uma decisão jamais indecidida... Vivemos na era da informação, da tecnologia, da convergência da razão com a religião, teorias e teorias, algumas até provando que Deus existe e outras que não existe... Deixamos de sentir e passamos a experimentar, deixamos de aceitar e passamos a provar. Tudo muito exato, tudo muito certo, mas aos poucos os homens começam a perder o poder da intuição, o poder ter a indecisão, de poder escolher uma trilha, assim ele se torna míope de sua própria vida, enxergando apenas o que está à sua frente assim como o cavalo privado de seu horizonte aprisionado, mas o homem é pior, pois ele é prisioneiro de si próprio, manipulador e manipulado ao mesmo tempo pelas tendências, seguindo padrões, seguindo exemplos esculpidos e nunca seguindo sua própria imagem. O homem nunca se aceita, sempre é infeliz por ser a perfeita imperfeição. sempre falta alguma coisa quando buscamos alguma coisa. Estamos numa jornada que não termina nunca. Não existe o fim do arco-í­ris. As descobertas vêm da busca, do conhecer, mas para cada pergunta respondida aparecem dez que não existiam, assim, o que parece é que o conhecer reside no caos, na dúvida infinita, no conhecimento do incerto... O que é o incerto? A religião? A vida após a morte? O Desconhecido...se cada vez mais que descobrimos algo, um absurdo mundo de novas incertezas aparecem em nossas vidas, se caminhamos para o caos do conhecimento das incertezas, então deduzo ( e aqui estou eu mais uma vez querendo provar algo, PQP!) que o fim é o começo, que a evolução da humanidade é o caminho para a involução da espécie, que o mundo caminha de costas, portanto devemos procurar pelas origens das coisas, ou darmos as costas ao mundo e tentarmos caminhar à frente do mesmo. Por isso todos os dias pelo menos uma vez, escolho um desses cegos do destino e aplico com muita indiferença e tesão, um fudido FODA-SE! E você, Já disse o seu de hoje ou prefere conviver na escuridão de seu mundinho perfeto?