terça-feira, fevereiro 18, 2014

É no frio que o calor vem


O vento sopra gelado em um raro momento deste angustiante verão. Suficiente para cortar a pele intangível de minha alma e trazer recordações de mais de uma década aqui guardadas. Era a Lua que eu mais gostava de sentir. Além dos raios de sol e a sombra da noite quieta, banhava-me no brilho das estrelas de seus olhos e a Lua tão presente no teu nome e nos meus pensamentos. Foram poucas as vezes em que senti tamanha força de atração. Devastadora, inquieta, em constante ebulição. Como um vento frio trazer de volta a sensação de estar aqui presente no teu lado há muito ausente, debaixo do calor luminescente que findava a escuridão? Uma ponte muito grande atravessei e um abismo maior ainda nos separa, mas sem nenhum esforço alcanço a outra margem que eu sei, não é miragem! E ali te vejo preso entre a névoa e a escuridão. É estranho recordar, reviver uma emoção que já não sinto e não percebo da mesma forma em meu coração. Por isso eu peço que se vá óh Lua crescente, cubra-se das nuvens e mingue-se bem longe de meu signo, óh Escorpião.