sexta-feira, maio 23, 2008

Foi de lá que vi


Fora desse mundo eu me sinto puxado, levado, incompreendido.
Fora desse mundo eu vejo nuvens passar por debaixo de meus pés.
Não consigo respirar.
Não preciso.
Fora desse mundo as necessidades mudam.
Ouvi dizer que ele passa por aqui as vezes, mas nunca o vi.
Talvez não tenha ainda merecido ter tal visão.
Gigantes caminham em câmera-lenta.
O vento navega como ondas agitadas de um mar distante.
O som é apenas um surdo contemplar, um murmúrio de sons pincelados de emoções fortes como o prazer de viver.
Prazer em viver.
Os pingos caem para cima e te tocam a face ao voltar esfriando a espinha com um gélido estalar.
Fora desse mundo eu caminho sem cansar.
Fora desse mundo eu vivo o meu sonhar.