terça-feira, maio 18, 2004

A vida, como ela é?

Um filme bobo. Um filme bom. O primeiro, "Matrix". O último, "Diários de Motocicleta". Por quê me chamam a atenção? Qual a relação entre Walter Salles e os irmãos Blablablóviski? Para mim foram grandes no sentido de despertar. A semente que em mim morava estática, se liberta e suas células tronco se especificam e reproduzem ramificando em pensamentos que questionam a verdade. Quem é a verdade? Onde mora e como chegar lá? Se a vida é um mistério e a verdade será eternamente oculta, percebo que apenas dificultamos a busca e sua superficial compreensão. Tenho medo em pensar no que nos tornamos e o que estamos por nos tornar. Ganância, poder, auto-preservação na auto-mutilação. Qual o sentido da conquista? Não há conquista sem perdas. Tira-se de um e entrega-se a outro. Conquistador e conquistado. Nunca fomos tão passivos ante tal violêncià à humanidade. Talvez aceitamos os fatos por nos vermos no papel de dominadores um dia, mesmo sabendo que as chances são incrivelmente favoráveis a sermos eternamente dominados. Quem não percebe isso também não percebe o inversão de verdades que se passa à nossa volta todos os dias. Achamos que estamos certos. Fazemos o bem? Obedecemos. Obedecer é ser bom, certo? Errado! Mas por quê pensamos assim? Somos cegos em nossas especializações. A visão do todo se perde pois ela nos cega quando vemos as atrocidades humanas dos direitos da vida serem desrespeitados e nos faz acreditar que é mais fácil culpar os desfavorecidos pelos seus crimes, pelos assassinatos por eles cometidos, pela falta de clemência, por desprezarem a moral em busca de dinheiro que coitados pensam ser a solução dos problemas, que um rouboe algumas mortes depois a vida se ajeita. Não podem ser culpadoss os cegos. Não podem ser culpados quem a vida levou à insanidade, quem a vida distorceu valores e criou moral e governo que não o nosso. Talvez para esse não haja saída. Talvez estes estejam mesmo amaldiçoados e predestinados a matar e ser morto em seu próprio desespero. Só que não podemos deixar de lado nós que ainda podemos questionar, nós que podemos lutar por um ideal utópico porém ainda ideal existente e potencialmente forte, formador de laços, de preservação de nossa raça, de nossa cultura e história. De quem mais depende o nosso povo senão de nós mesmos?
Já não posso mais pertencer à essa roda que sempre gira, me leva e traz de volta por onde começo todos os dias. Minah vida não começa e termina aqui porque todos se sentem suficientemente satisfeitos em rodopiar pela vida toda até cair, apodrecer e ser sugado pela mesma terra onde nasceu. A árvore tem raízes, meu pé não. Minhas raízes são meu povo e farei de tudo para acordá-los desse transe, pará-los de dar volta em volta de si mesmos e passada a tontura, caminhar pra um lugar diferente desse, seja rumo ao deserto ou à flresta verdejante, avante bravo e rico povo, um novo mundo os aguarda adiante.


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