quarta-feira, maio 19, 2004

Por enquanto, perguntas
Descontentamento. Por quê não consigo parar de pensar que alguma coisa precisa ser feita? Por quê se preocupar com as próximas gerações, com gente que não verei nem a cor e nem o cheiro, quando o desespero bate ao ver meu povo tão sofrido, sua elite tão alienada e preocupada no enaltecimento pessoal? O que me faz pensar que sou capaz de mudar algo, que sou capaz de enfrentar barreiras construídas pelo imperialismo, por todo o sistema econômico, político e social que se fundem em idéias e conceitos curvados em costas gastas, idéias que deveriam ser aprisionadas em museus para o mero comtemplamento de abertas mentes sorridentes ao verem-se livres de tal violação de direitos, de estar um passo à frente de um passado estragado pelos rótulos do consumismo externo que nos impôs costumes, gírias, comportamentos? Somos os índios de ontem e não percebemos isso. Deixamos a águia hastear sua bandeira e ajoelhamos à um deus que não é nosso, glorificamos a história de um mundo estranho. Quem somos além de escravos, fisgados por uma ideologia pregada em ascenções e quedas, em poder e posse, domínios e expansões? Quando não haver mais terras a conquistar, povos a subjulgar, em quem cairão os desejos da dominação humana? O que nos faz olhar além de nós mesmos, como se o além tivesse maior importância sobre quem somos, como se o onde ir significasse mais do que por onde fomos? São perguntas que não calam minha mente perturbada e que anseiam por respostas perdidas no emaranhado que se tornou a vida humada há tempos perdida.

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